quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A minha, a sua, a nossa sustentabilidade

Venho aqui dividir a dica quentíssima do novo blog escrito pela jornalista de responsa, e inspiração desde meus tempos de faculdade, querida Regina Scharf. Seu trabalho irretocável é um exemplo de competência jornalística nas áreas ambiental e de sustentabilidade - temperado com um toque humano como poucos profissionais sabem dar. Vale a pena ir correndo conferir o texto de estréia, descrito nas palavras dela:

Estejam convidados a conhecer o De lá prá cá, blog meu e da Flavia Pardini, duas expatriadas escrevendo sobre meio ambiente e sustentabilidade no portal da revista Página 22. Meu primeiro post, Smörgåsbord, é um olhar bem humorado sobre a dureza de se incorporar a consciência ambiental no cotidiano. O endereço é www.pagina22.com.br

Uma boa forma de pensar na parte que nos cabe deste latifúndio. :)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Deusa Primavera

Claudia Meyer/Stock.xchng
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Last but not least, uma homenagem (ou melhor, duas, porque não consegui escolher de qual dos textos gosto mais!) à nova estação que nos visita já há uma semana. Que ela traga cor e poesia aos nossos dias (aqui em SP as plantas devem florescer que é uma beleza, se depender do tanto de chuva que caiu hoje, hehe).
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Para saber mais sobre o belíssimo mito grego da Primavera, que por si só já vale um tratado (ou um poema): história da Deusa Perséfone. Inspiração para enfrentarmos os sucessivos ciclos que a vida nos apresenta, transformando-os, sendo transformados por eles e extraindo de cada um o melhor para os tempos próximos. :)
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Vai alta no céu a lua da Primavera
Penso em ti e dentro de mim estou completo.
Corre pelos vagos campos até mim uma brisa ligeira.
Penso em ti, murmuro o teu nome, e não sou eu: sou feliz.
Amanhã virás, andarás comigo a colher flores pelo campo,
E eu andarei contigo pelos campos ver-te colher flores.
Eu já te vejo amanhã a colher flores comigo pelos campos,
Pois quando vieres amanhã e andares comigo no campo a colher flores,
Isso será uma alegria e uma verdade para mim.
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(Alberto Caieiro)
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A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.
A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega.
É certo que a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
É certo que a vida não se esquece.
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(adaptado de Cecília Meireles)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Das receitinhas da vó

Aga Z/Stock.xchng

Todo mundo sabe pelo menos uma receitinha ou dica que aprendeu por aí e que é tiro e queda pra alguma coisa. Compartilho aqui um desses casos, tirado do inspiradíssimo blog da amiga Paula, e que vem a calhar para esses dias de invernico (não existe veranico? Pois aqui em São Paulo temos variações pra todos os gostos, rs) em que circulamos por aí puxando o nariz e nos encolhendo dentro dos casacos que já estavam guardados no armário.
Aproveitem... e confiram outras ótimas dicas de forno e fogão, temperadas com bons causos, no Órfã da Ofélia!

Chá de alho com limão

:. Fácil – Porção individual

Ingredientes:
2 copos de água
1 limão
2 dentes de alho

Modo de preparo:
- Corte o limão em quatro, com casca e tudo, descasque o alho e leve-os à panela com a água.
- Deixe no fogo até levantar fervura e desligue.
- Tampe a panela até amornar e coe o líquido para beber.

Nota: pode tomar puro, com açúcar ou adoçante.

Historinha…

Ficar gripado é muito chato. A gente se entope de remédios, que atacam o estômago, vive com um lencinho de papel na mão e ainda tem que ter pique para seguir a vida normalmente, trabalhar e fazer compra de supermercado. Nesses dias, é sempre bom tomar suco de laranja, jantar uma sopinha e dormir bastante. Além disso, o último truque que aprendi com minha amiga Betsy foi esse chá de alho com limão. Ela pegou a dica com a diarista dela e testou empiricamente. Semana passada chegou a minha vez e também aprovei. O sabor é meio amargo e tem gosto de alho – afinal, é um “remédio” -, mas compensa, pois no dia seguinte já acordei bem mais animada.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Andar a pé eu vou

Robert Linder/Stock.xchng
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Hoje, 22 de setembro, é o Dia Mundial sem Carro. A data é o ponto alto de uma semana toda dedicada à reflexão - e combate - do uso exagerado dos veículos em áreas urbanas. Causa mais do que necessária não só à sanidade mental de quem mora em grandes centros, como à nossa própria sobrevivência enquanto espécie.
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Exagero? Não, de acordo com dados do Movimento Nossa São Paulo. Segundo materiais da ONG baseados em informações do Laboratório de Poluição Atmosféria Ambiental da USP, a poluição da cidade tira dois anos da expectativa de vida média de cada paulistano. E não adianta achar que somos todos reféns das chaminés das fábricas. Há muito tempo são os veículos os maiores poluidores paulistas - a má qualidade do combustível usado neles é responsável por cerca de 3 mil mortes anuais na cidade. O número de partículas de enxofre por milhão (ppm) aceitável pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é de 50. O combustível vendido atualmente nas áreas urbanas está na média de 500 ppm e 2000 ppm quando vendido nas estradas.
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Diante desses números, ficará difícil, em pouco tempo, dizer que o transporte coletivo não funciona (o que é verdade em muitos casos), que não se pode abrir mão do conforto e da rapidez de um veículo particular, ou que a cidade não possui ciclovias ou alternativas eficazes aos carros (o que também é verdade). O crescimento da frota de veículos (mais de mil entrando em circulação por dia na cidade) concorre grandemente para antecipar as estatísticas de que SP deve parar - parar, literamente, sem mais possibilidade de locomoção pra lugar nenhum - num prazo entre dez a quinze anos.
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Como contribuir para diminuir o cenário apocalíptico? O mesmo Movimento, durante esse período, publicou uma cartilha com dicas simples (complementadas por algumas outras idéias que coloco também) e que podem ajudar a diminuir a visão do exército de carros atravancando as ruas, cada qual com apenas uma ou duas pessoas:
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- combinar um esquema de caronas com vizinhos ou colegas de trabalho;

- incentivar a empresa a adotar a carona conjunta, ou um sistema de transporte coletivo que tire alguns carros das ruas;

- incentivar as escolas, universidades e centros comerciais a montar esquemas de carona ou adotar bicicletários;

- abdicar da preguiça e optar pela caminhada ou pela bicicleta, caso a proximidade do trabalho permita - ainda que seja apenas por um trecho, complementado pelo transporte público;

- procurar rotas alternativas que possibilitem que o carro fique menos tempo nas ruas;

- buscar alternativas de comércio ou de serviços no próprio bairro, evitando sair com o carro sem necessidade (e, de quebra, incentivando as iniciativas de pequenos empresários ou de empresas familiares também).
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- se estiver em SP, ligar para o Disk Fumaça Preta todas as vezes que vir um veículo operando como arma química em potencial (o site da CETESB também recebe denúncias de veículos que poluem a cidade).
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Nenhuma dessas idéias é nova, porém precisam ser realmente levadas a sério se quisermos estabelecer um mínimo de sustentabilidade dentro das grandes cidades. Outras atitudes, como reivindicar a qualidade das vias alternativas de transporte junto ao poder público, ou educar as crianças a buscar também essas alternativas tanto para ir a compromissos quanto em momentos de lazer, atualmente, passaram do status de opção para o de obrigação.
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É difícil mudar antigos hábitos, mas olhando com atenção, podemos perceber que sempre há coisas na rotina que podem ser adaptadas e melhoradas. E é a mudança e a adaptação aos novos tempos que garantirão nosso bem estar - e nosso direito de sempre respirar fundo.
Mãos à obra, então!
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O problema crônico veicular não é, obviamente, "privilégio" da Grande SP. Veja aqui os movimentos que o Dia sem Carro está originando nas principais cidades do país.
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Mais dados sobre o karma motorizado no estado de SP estão aqui.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Para descontrair



Todas as coisas mais "engraçadinhas" sempre têm a ver com yoga. rs
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Imagens tiradas deste site, cheio de idéias bacanas!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Escutatória

Gesine Kuhlmann/Stock.xchng

Inspiradíssimo texto do educador e escritor Rubem Alves. Qualquer comentário (de minha parte) é superficial. :)

"Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir.

Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil.

Diz o Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: "Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas". Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não "evangélico"), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais.

Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado". Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou". Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião.

Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci.

O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em U definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram.

Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: Meus irmãos, vamos cantar o hino... Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.

E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar.

A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem.

No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou.

A alma é uma catedral submersa.

No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.

Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.

Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio.

Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto."

(Rubem Alves)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Meu pé, meu querido pé

Jana Kollárová/Stock.xchng

Tem gente que adora, outros têm aflição apenas quando se toca neles. Mas todos devem concordar que nossos pés estão entre as partes mais importantes - e mais esquecidas - do corpo humano. Eles é que enfrentam o trabalho duro de nos sustentar do início ao fim da jornada diária. Não é à toa que possuem, entre os membros do corpo humano, algumas das maiores concentrações de glândulas e terminações nervosas. A missão é vasta - desde carregar o corpo, regular a locomoção em todas as suas variações até servir como termômetro para a temperatura e a topografia com as quais lidaremos a cada minuto. Para além de sua função estrutural, a medicina chinesa vê neles também um mapa das principais funções orgânicas do corpo. Massageando e tratando dos pés, é possível alcançar maior harmonia em todo o organismo.

Dá para fazer isso em casa, sem muito esforço, depois de um dia de correria. Seguem algumas dicas para ajudar a acalmar os ânimos. Depois, o famoso escalda-pés da vovó pode ser uma ótima pedida para chamar a boa noite de sono.

- Apóie o pé direito sobre o joelho da perna esquerda e deixe a sola virada para você;
- Espalhe nos pés o óleo ou creme de sua preferência;
- Usando os polegares, massageie a sola do pé, pressionando-a com movimentos circulares. Comece atrás dos dedos e siga em direção ao calcanhar;
Quando terminar de massagear a sola, massageie também todo o peito do pé.
- Em seguida, puxe lentamente os dedos, torcendo suas laterais e mexendo para trás e para frente.

Os movimentos ideias para combater...

- Cansaço - Massageie a sola na região central dos pés
- Estresse - O ideal é massagear os pés por inteiro, já que o estresse não é uma doença e sim um conjunto de sintomas.
- Insônia - Faça massagem em toda a lateral externa dos pés, desde o calcanhar até o quinto dedo. Isso ajudará a se desligar dos pensamentos que não deixam dormir.
- Ansiedade e TPM - Massageie a sola na região central dos pés até chegar aos dedos.

(Com informações tiradas daqui)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Consciência

Fred Fokkelman/Stock.xchng


Para inspirar o final de semana, uma bela reflexão de Jung, traduzida do livro Arquétipos e Inconsciente Coletivo. Que tal desenvolver um novo tipo de olhar sobre a realidade? É ao que ele nos convida. :)

Aproveitem!
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"Mas por quê, você poderia perguntar, seria necessário para o homem na Terra, de uma forma ou de outra, adquirir um nível superior de consciência?
Essa é realmente a questão crucial, e eu não acho que a resposta seja fácil.
Ao invés de uma resposta concreta eu posso apenas fazer uma confissão de fé.
Acredito que alguém, depois de milhões de anos, tinha que perceber que esse mundo maravilhoso de montanhas e oceanos, sóis e luas, galáxias e nebulosas, plantas e animais, existe. Certa vez, num monte nas planícies do Leste da África, observei vastas manadas de animais selvagens pastando em silenciosa imobilidade, tal como haviam feito desde tempos imemoriais, tocados apenas pelo sopro de um mundo primitivo.
Eu me senti então como se fosse o primeiro homem, a primeira criatura, a saber, que tudo isso, é. O mundo inteiro à minha volta estava ainda em seu estado primitivo; ele não sabia que ele era.
E então, naquele exato momento em que me dei conta, o mundo passou a ser.
Toda a Natureza busca esse objetivo e o encontra realizado no homem, mas apenas naquele homem mais altamente desenvolvido e mais plenamente consciente.
Todo avanço, mesmo o menor deles, ao longo desse caminho de realização consciente, acrescenta algo ao mundo."
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(Jung)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Dias de trovão

Há muitas coisas para se dizer a respeito dos últimos e molhados dias em São Paulo e pelo Brasil afora. Mas algumas das que valem a pena estão neste blog aqui:

http://www.apocalipsemotorizado.net/

Bom para ler e pensar - principalmente em alternativas para as quatro rodas (individuais ou coletivas) que nos sustentam todos os dias.

PS - Em breve neste blog, algumas dicas de como se sentir mais confortável no ambiente de trabalho, "muscularmente" falando. Postarei quando o trabalho em si afrouxar um cadinho mais. rs

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Caminhos (duvidosos) para a iluminação

Em véspera de feriadão, eu ia pegar o gancho do trânsito monstruoso lá fora para escrever um texto sobre o Dia do Petróleo, comemorado ontem e que mudaria definitivamente a situação dos ares que respiramos desde então. Mas adio sua publicação, ao lado da elaboração necessária, para um dos dias vindouros. Por hora, deixo alguns momentos de humor enquanto se espera que as artérias da cidade fluam novamente neste fim de tarde. Se é verdade que cada um escolhe sua forma de evolução espiritual/corporal, esse pessoal aqui está tentando chegar lá de uma forma no mínimo original. :)

PS - Crianças, não tentem fazer isso em casa!

PS 2 - Agora descobri o segredo daquelas posições que a gente não consegue fazer de jeito maneira. :))

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Elas mexem o caldeirão

Imagem: Alessandro Paiva//Stock.xchng

O termo "bruxa", por si só, já mereceria um texto inteiro de reflexão e discussão histórica, etimológica, filosófica e outros quetais. Mas, como este blog é voltado para temas mais ou menos específicos, trago hoje um artigo especialíssimo da amiga Pietra, expert no assunto, que nos brinda com conhecimento em diversos encontros e bate-papos internéticos ou não. Aqui, ela fala das Pharmakeia, responsáveis desde tempos imemoriais pela manipulação de substâncias naturais para curar e mudar a vida de suas comunidades. Mais sobre o assunto pode ser conferido no blog de onde este texto foi retirado. Aproveitem!
a
Pharmakeia, Deusa Bruxa
a
Pharmakeia, do grego, a que conhece ervas. Também palavra para bruxa ou feiticeira. Sim, desde a Grécia antiga, aquela que conhece ervas, seus segredos, remédios, venenos e transformações são as chamadas "bruxas". As mulheres sábias, as que tem um olhar mais apurado para o local que habitam, que vivem-junto.

Algumas deidades têm esse nome, pharmakeia. E, geralmente, quando pensamos nisso imediatamente, vamos para Diana, a Reina del'e streghe ou mesmo, Hekat, a Trívia. Seus atributos de senhoras da magia, de trazedoras das mudanças, de conhecedoras dos caminhos e do mundo selvagem, além de uma ampla iconografia e associações com a Lua, fazem com que Diana e a Trívia sejam "top of mind" quando pensamos nas pharmakeia.

Mas outras Deusas são assim... Circe é uma. A Deusa dos Cachos Claros. Filha de Hélios e Perseis. Circe se faz muito presente na vida de Odisseus, que chega à ilha de Circe e tem sua tripulação transformada em porcos; transformação que não se dá por um passe de mágicka, mas sim, por drogas, por poções. Circe, a que ajuda Medea a se casar com Jasão e é visitada na Itália. Na Velha Bota ainda, Circe é conhecida como mãe do deus Faunus, por Poseidon.

Outra é a irmã de Circe, Pasifae. A que Brilha em Tudo. A esposa do rei Minos, mãe do minotauro, Asterion. Pasifae também mãe de Ariadne, a senhora do labirinto, e de Fedra. Pasifae, conhecedora das ervas, chegou a amaldiçoar Minos por suas amantes fora do casamento, fazendo que ele ejaculasse escorpiões quando se deitasse com outra que não ela.

O que eu acho muito interessante nessa coisa toda é que Pasifae é a lua cretense... Circe é uma senhora de uma ilha que trabalha com ervas e drogas e se coloca na posição de conselheira ou de interventora.

Sim, as pharmakeia são como as streghe. Talvez sejamos nós como representações físicas dessas Senhoras Antigas, das Senhoras da Sabedoria da Natureza.
a
(Pietra Di Chiaro Luna)