sexta-feira, 3 de julho de 2009

Inspira... expira

Steve Woods/Stock.xchng
Respira fundo. Depois de muito pensar, listar possibilidades e lutar contra a pretensa falta de inspiração, o nome veio de forma simples para exprimir um movimento igualmente simples, mas fundamental em nosso cotidiano. Quando a gente está com raiva, estressado, nervoso, preocupado, com vontade de dizer umas palavras certeiras (e normalmente fatais) àquela pessoa-chave na nossa frente, o melhor a fazer é isso: respirar fundo. Respirar fundo antes do instante irrevogável, antes da palavra que sela o que virá depois. Respirar fundo para trazer o bom e para enfrentar o ruim: quando a gente sai do trabalho no final de tarde antes das férias, sentindo o vento batendo no rosto. Quando a gente entra embaixo do chuveiro num dia abafado. Quando anda pela praia, depois de muito tempo sem ver o mar. Quando a gente se espreguiça entre um trabalho e outro, entre um esforço e outro.

Respira fundo. A função vital sobre a qual temos controle consciente, ao contrário das demais - batidas do coração, digestão, ondas cerebrais, arcos e atos reflexos - sobre as quais temos pouco ou nenhum controle. A respiração torna-se nossa parceira consciente, nos contando sobre nosso próprio corpo e espírito em momentos de ansiedade, calmaria, raiva ou alegria, e nos oferecendo a chance de aprender com eles e conduzi-los. Domando a respiração, podemos domar os pensamentos. Com um pouco de treino, nossos humores e repentes também.

E foi assim que decidi começar esse blog: respirando fundo, com um passinho de cada vez, pensando e deixando a imaginação voar. Deste canto, pretendo fazer uma sala de estar virtual para discutir temas que têm me interessado cada vez mais - a mim, uma principiante nesses caminhos de auto-conhecimento, uma caloura em ouvir o corpo, uma aprendiz da mente. Uma ex-quase-hipocondríaca que descobriu as maravilhas que pode fazer um aroma de hortelã por uma sinusite crônica (obrigada, Taís!). Alguém que acha que o meio ambiente tem que ser tão bom dentro quanto fora da gente, e que para cuidar disso existem inúmeras pequenas e grandes coisas que todo mundo pode fazer.

Por fim, uma buscadora e perguntadora contumaz (isso aprendi na faculdade, afinal ela ainda serve para algo, sim senhor). :) Alguém que pretende, por aqui, encontrar outros buscadores e receber, também, queridos convidados para um papo sobre como (tentar) ser zen dentro da selva de pedra - missão às vezes trágica, outras tantas cômica (que o digam minhas primeiras aulas de yoga!), mas, acima de tudo, sempre surpreendente, vasta e gratificante como esse ser quase desconhecido que cada um traz dentro de si. Não é, por isso mesmo, uma estrada para iluminados ou candidatos a Buda, mas é algo que todos nós, consciente ou inconscientemente, praticamos em algum momento do dia. Como na hora em que paramos tudo para respirar fundo. Ou para jogar uma água no rosto num dia de calor.

Esquentemos, pois, uma xícara de chá e nos sentemos para conversar. Se estiver frio lá fora, um chocolate quente vai bem - afinal, um pouco de glicose é sempre uma boa pedida para cultivar o bom humor. E sejam todos bem-vindos! :)